Entenda as diferenças entre capital de giro e fluxo de caixa e como aplicá-los em seu negócio!

Criar uma empresa não requer apenas aquela ideia genial que você teve quando estava de férias na praia, por exemplo, ou quando estava andando pelo shopping e veio aquela famosa luz no fim do túnel.

Criar uma empresa vai além de ter uma ótima ideia, pois traz a necessidade de uma organização financeira para facilitar, ampliar e controlar as operações do dia a dia empresarial.

E dentro dessa organização estão algumas noções financeiras, como o Capital de Giro e o Fluxo de Caixa.

Muitos empresários entendem que esses dois conceitos são a mesma coisa, mas não são.   

Se você é um deles, esse artigo foi feito especialmente para você!

Então, vamos começar!

O QUE É CAPITAL DE GIRO?

Capital de giro é basicamente o volume de recursos necessários para girar as operações de um empreendimento, ou seja, o montante indispensável para que a empresa dê continuidade a suas atividades. Porém, somente se aplica aos recursos circulantes, nunca aos investimentos e imobilizações.

Para facilitar, vamos entender onde ele é utilizado dentro de uma empresa:

  • Para pagamento de fornecedores
  • Para pagamento dos salários dos funcionários.
  • Para preservar o estoque.

Ocorre que quase todas as empresas possuem um descasamento entre as datas de pagamento e recebimento, e este “vácuo” temporal também é preenchido pelo capital de giro.

Ou seja, atua para que a empresa consiga realizar todas as operações necessárias sem ficar no vermelho.

No entanto, a maior parte das dificuldades financeiras das empresas vêm com a exaustão do capital de giro, quando ele é utilizado para outros fins.

O QUE É FLUXO DE CAIXA?

O fluxo de caixa serve para apurar e projetar o saldo disponível, garantindo que o capital de giro esteja em dia para ser utilizado em eventuais complicações ou gastos inesperados.

Além disso, proporciona uma visão melhor do empreendedor sobre o presente e futuro das finanças da empresa.

Logo, há maior tranquilidade para que algumas decisões importantes sejam tomadas, como por exemplo:

  • Planejamento de investimentos.
  • Planejamento para solicitar empréstimos.
  • Corte de despesas sem alterar o lucro.

Desse modo, o fluxo de caixa torna-se um indicador de como tem sido feita a gestão do capital de giro empresarial.

COMO MEDIR O FLUXO DE CAIXA DA SUA EMPRESA? 

O fluxo de caixa das empresas é medido pela quantidade total de recursos financeiros gerados em um determinado período.

Muitos empresários confundem lucro com caixa, e é aí que as coisas começam a se complicar, pois são conceitos completamente diferentes.

Imagine que a firma A obteve a seguinte demonstração de resultado do exercício para um determinado mês:

Receita Bruta R$ 100.000,00
Deduções R$ 5.000,00
Receita Líquida R$ 95.000,00
Custo dos Produtos Vendidos R$ 30.000,00
Resultado Bruto R$ 65.000,00
Despesas Operacionais R$ 35.000,00
Resultado Operacional R$ 30.000,00
Despesas Financeiras R$ 8.000,00
Resultado Financeiro R$ 22.000,00
Imposto de Renda R$ 6.600,00
Lucro Líquido R$ 15.400,00

À primeira vista, pode parecer que o empresário embolsou os R$15.400 ainda dentro do exercício. Contudo, raramente todo o lucro econômico se converte em fluxo de caixa (dinheiro de verdade).

Isso porque há a questão dos prazos praticados para pagamento e recebimento. Se a empresa vendeu de fato os 100 mil, mas concedeu 30 dias de prazo, ela terminará o exercício sem ter recebido nada.

Igualmente, se a empresa comprou seus produtos para pagar com 30 dias, seu caixa será aliviado pelo prazo obtido.

De qualquer maneira, a firma ainda precisa pagar salários, alugueis, despesas fixas, etc. Assim, enquanto ela aguarda o recebimento das vendas a prazo, terá que pagar as contas com capital de giro. 

QUAL A RELAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO COM O FLUXO DE CAIXA?

Agora imagine que a empresa do exemplo fez 60% das vendas à vista e 100% das compras a prazo. O fluxo de caixa ficará assim:

Entrada Bruta R$ 60.000,00
Deduções R$ 5.000,00
Entrada Líquida R$ 55.000,00
Custo dos Produtos Vendidos R$ 0,00
Resultado Bruto R$ 55.000,00
Despesas Operacionais R$ 35.000,00
Resultado Operacional R$ 20.000,00
Despesas Financeiras R$ 8.000,00
Resultado Financeiro R$ 12.000,00
Imposto de Renda R$ 6.600,00
Fluxo de Caixa R$ 5.400,00

Sob tal política de recebimento, a empresa está fazendo uma ótima gestão financeira, pois o saldo de caixa é positivo.

Assim, quanto maior o fluxo de caixa, menor a necessidade de capital de giro.

Logo, a relação entre fluxo de caixa e capital de giro é inversa, ou seja, maiores fluxos exigem menor capital.

De igual maneira, se a empresa produz baixos fluxos de caixa, maiores volumes de capital de giro serão necessários.

COMO CONCILIAR A GESTÃO DO CAPITAL DE GIRO COM A NECESSIDADE DE SE AUMENTAR O FLUXO DE CAIXA?

A relação do fluxo de caixa com o capital de giro é inversa, mas um não cresce sem o outro.

Imagine que uma empresa tenha R$ 20 mil para usar como capital de giro, sendo assim, existe um teto para seu faturamento. Quando o capital de giro se esgotar, a empresa não poderá adquirir mais insumos e, portanto, não poderá vender mais.

O ideal então é que o capital de giro cresça, mas sem prejudicar o caixa. Já que o capital de giro de terceiros, vêm acompanhado de juros, os quais reduzem fluxo de caixa.

COMO A OBTENÇÃO DE CAPITAL DE GIRO DA FORMA ERRADA PODE REDUZIR O FLUXO DE CAIXA?

Se a empresa só vende a prazo e desconta todos os títulos antecipadamente, seu custo financeiro crescerá junto ao faturamento.

De igual forma, se a empresa obtém capital de giro a altas taxas, o fluxo de caixa será prejudicado.

Sendo assim, o ideal é obter fluxos de caixa a taxas baixas e em modalidades flexíveis.

Ufa! Agora ficou mais claro, né? Se existem dúvidas sobre outros assuntos, dê uma olhada em nossos artigos do site, tenho certeza que irá lhe ajudar.

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